edição 64 | agosto de 2015
Ícone do transporte público no país revela como a Engenharia foi importante para o sucesso na sua carreira
Ailton Brasiliense Pires, ex-aluno da Mauá, atual assessor do Departamento Nacional de Trânsito e presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos
“A Engenharia não é um pedaço de fio ou um motor. Seu objetivo é melhorar a condição de vida das pessoas. Engenharia é sinônimo de criação”. É dessa forma que o engenheiro eletricista, Ailton Brasiliense Pires, atual assessor do Departamento Nacional de Trânsito e presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), define sua paixão pela Engenharia.
Reconhecido pelas importantes conquistas que trouxe ao sistema de transporte público do Brasil, como o apoio na construção da CET, maior empresa de engenharia de tráfego do mundo, em que foi um dos responsáveis pela implantação da operação de trabalho 24 horas nos sete dias da semana e também das atividades dos famosos marronzinhos, Ailton acumula histórias de sucesso pelas empresas pelas quais passou.
O executivo iniciou sua carreira na Light São Paulo, em janeiro de 1973. Entrou como recém-formado e foi trabalhar na área de planejamento. “Foi minha primeira oportunidade de ver in loco o funcionamento de uma empresa que tinha a responsabilidade de atender milhões de pessoas. Sem dúvida, foi um aprendizado extremamente importante e uma complementação do que aprendi na teoria”.
Depois de três anos, Ailton embarcou na área de transportes públicos em que permanece até hoje. Em junho de 1975, ele começou a trabalhar na Companhia do Metropolitano de São Paulo, conhecida como Metrô, e acompanhou a estruturação do que seria a mais importante malha metroviária do país.
“Naquela época, o metrô estava começando. Só existiam as estações do Jabaquara à Vila Maria. O metrô é uma engenharia completa. Os seus projetos envolvem as Engenharias Civil, Elétrica, Eletrônica, Mecânica, entre outras. Foi um desafio apostar numa empresa que estava iniciando um projeto tão qualificado. Tudo precisava dar certo. Era isso que eu transmitia para meus colegas: a necessidade de fazer dar certo”, acrescenta o executivo, que também ocupou cargos de destaque na CPTM, Denatran, Secretaria de Transportes Metropolitanos e na CET.
O despertar para a Engenharia
Ailton conta que seu interesse por cursar Engenharia foi definido quando, ainda na adolescência, assistiu a um filme sobre a construção da barreira de Hoover, represa localizada entre os estados de Nevada e Arizona, nos EUA. “Esse filme relatava as dificuldades na montagem do projeto, que levou quase 10 anos para ficar pronto. Quando vi a questão de eletricidade que precisava ser resolvida, tive certeza do que queria estudar”.
Foi depois disso que ele passou no vestibular no Instituto Mauá de Tecnologia. “A Mauá foi a base para minha estruturação como engenheiro eletricista. Tive a oportunidade de assistir à aulas do professor Luiz de Queiroz Orsini, quem eu sempre admirei pela sua didática e pela forma com que apresentava as soluções para os problemas. Carrego seus ensinamentos até hoje”, complementa ao dizer que também tem lembranças de outros ótimos professores da época.
Aos 68 anos, casado e com dois filhos, o executivo gosta de usar seu tempo livre para aprender. “Temos de nos atualizar sempre. Não basta apenas o conhecimento tradicional. O mundo está em constante mudança e quem não as acompanhar ficará para trás. Leia, viaje, converse, informe-se”, reflete.
Ailton define-se como um ‘cara de sorte’ e diz sempre ter cruzado com bons projetos, desafios e pessoas em seu caminho profissional. Porém a sorte é aliada da competência, da dedicação e do esforço.
Com certeza, é o conjunto de tudo isso que faz o executivo ter prestígio e acumular tantas conquistas ao longo da sua trajetória.
